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sexta-feira, 18 de julho de 2014

O que faz um pôr do sol


O que um dia faz quando o sol se põe, ali fechando seus olhos perto da terra e do mar, o que faz quando a luz se silencia devagar ante teus olhos e o calor se escorre embaixo do céu? O que um pôr do sol faz numa cidade que tem o privilégio de Porto Alegre, que dia a dia vê nas suas ruas as cores dum sol tão nítido e fértil. O que faz o pôr do sol perto do rio Guaíba, se refletindo num lugar da cidade que é único e simples? Nos recorda que o mundo gira, não para, não fecha seus olhos, não tem bondade com sua terra ou seu mar, o que lembra esse sol que morre com a noite é que somos pequenos; que as cidades consomem sua luz, e Porto Alegre não é a exceção; ela acorda cedo e no seu ritmo rápido vive cheia das pessoas, dos momentos, das sensações, de tudo e de todos, sem respiro nem pausa.

Quem pode parar seu ritmo acelerado num lugar com tanto sol e ao mesmo tempo tão distante da tranquilidade? Alguma vez alguém na rua pode se perguntar isso? É difícil pensar nas coisas que um pôr do sol faz na gente quando ninguém parece notar que a nossa luz também está se extinguindo, quando numa rua qualquer duma cidade onde o pôr do sol dá carinho aos dias como uma mãe a seus filhos, eles passam direto sem olhar seu própria pôr do sol; igual eu aqui perto do rio, vendo morrer o tempo.



Gasômetro - POA/RS

Juanita Hincapié

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