Quando eu conheci o chimarrão, estava no Acampamento Farroupilha. As pessoas ofereciam o
chimarrão aos que estavam ao redor. É uma bebida
característica do sul, oferecida aos visitantes como uma forma de desejar as
boas vindas ao estado. Cada pessoa passava a cuia de mão em mão.
Quando recebia a cuia, eu tentava mexer a bomba, em que todas as
pessoas colocavam a boca. Não acreditava que todos bebiam com mesma cuia, até os
desconhecidos. No entanto, meu amigo me disse: “Seja mais gaúcho!”, e terminava
até roncar.
Depois de ter cada vez mais conhecimento
sobre essa cultura, eu começo a perceber o fato de que tomar chimarrão tem a
ver com cultura, expondo um sentimento de se “tornar mais gaúcho”. Como a gente
sabe, o estado é
rico em tradições principalmente oriundas dos alemães e dos italianos, que trouxeram
boa parte dos elementos culturais que foram adaptados à moda gaúcha.
O chimarrão também simboliza
uma espécie de aproximação das relações pessoais. Essa proximidade é tratada sem diferença, e ajuda as pessoas a se afastarem um pouco das diferenças culturais e das
agruras da vida cotidiana. As pessoas estão reunidas com um ritual cultural que
faz parte da vida.
Eu estou preparando minha memória no Brasil para voltar
para minha terra natal. Tenho que me despedir de muitas coisas e pessoas. Mas não vou esquecer o que o espírito
gaúcho me deu.
Por Antônio
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