Fala-se que os gaúchos têm como virtude sua
generosidade. Eu acredito.
Gaúchos são gente amigável não só com as pessoas,
nativos ou estrangeiros nas terras da pampa, mas também com seres muito
especiais que, ao menos em Porto Alegre (PoA), praticamente, são cidadãos
respeitados distinguíveis: os cachorros.
Eles podem ser observados elegantes pelas ruas da
cidade, praças públicas ou pelos parques de PoA; especiamente na Redenção
desfrutam de passear em companhia de seus amigos humanos ou descansar na grama
como parte das famílias deles. Também gostam de correr sem coleiras e brincar
com outros colegas cães.
No domingo passado, depois de vários dias frios e
chuvosos próprios do inverno, chegou uma tarde de sol à cidade. Moradores dela,
de duas e quatro patas, foram aquecer-se com os graus de temperatura a mais. Que legal!
No parque, um pai com sua filha que beira pelos 3 anos de idade estende um manta, coloca seus brinquedos e deixa-a engatinhar livremente, logo faz o mesmo com um filhote que é acariciado com ternura pela criança. Ao lado deles, um cachorro linguiça acompanha um homem já velho, que comenta a beleza de um golden retriever que não deixa de inspecionar os cantinhos da praça. O proprietário dele toma chá com sua mulher. Todos surpreendem-se quando aparece um pastor alemão que destacou-se com múltiplas acrobacias feitas com a ajuda de uma jovem, com quem compartilhava desafios físicos e, com certeza, psicológicos.
Pergunto para mim se os
cachorros são a reconfiguração urbana e contemporânea dos cavalos na cultura
gaúcha, por isso a amizade, o respeito e a companhia tão harmônica e carinhosa
entre quem são agora os moradores da capital, mas que foram aqueles homens e mulheres da pampa, que hoje, na figura dos cachorros, atualizam seus antigos amigos, os cavalos...
Eu acredito.
Indira C. Granda Alviarez
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