Por: Damián A. Suazo
Ser gringo não é fácil. Quem falou isso, não veio para ficar, porque morar
fora do seu país é muito difícil, ainda mais quando a língua é diferente. A
vida no Brasil apresenta muitas dificuldades para quem não tem o português como
língua principal ou não foi criado com as tradições do país a morar.
Quando você viaja para morar no estrangeiro, seus costumes só contam
dentro da sua casa. O que muitas vezes você acha que é normal, muitas vezes ainda,
é considerado uma ofensa... Isso foi o que aconteceu comigo.
No meu país, não é comum achar um cavalheiro, muitas mulheres falam que já
não existem mais, que o tempo passa e os cavalheiros são ainda mais difíceis de
achar. Eu cresci vendo os atos de cavalheirismo como algo normal, e agradeço
isso. Para mim, as mulheres merecem cavalheirismo não por ser fracas ou
incapazes de fazer as coisas, mas porque merecem respeito e ser bem tratadas, já
que muitos fazem o contrário... E um gesto pequeno, como dar o assento no ônibus,
que faz a diferença e é bem visto em minha cultura.
Quando eu cheguei a Porto Alegre, encontrei uma sociedade diferente. Os
homens ficam sentados no ônibus; quando vi isso fiquei surpreso. Uma guria ia
de pé no ônibus e eu ofereci a minha cadeira, ela aceitou mas a expressão na
sua face era uma coisa de outro mundo.
Ela me via como se eu fosse um bicho estranho.
O choque de culturas foi imenso,
mas o pior foi quando, também no ônibus, ofereci o assento para uma senhora e
ela ficou muito brava e começou a me insultar. Ela se ofendeu quando eu só
queria fazer uma boa ação, seguindo os meus costumes.
Ainda hoje, há quatro meses morando no Brasil, acho muito difícil não ser
assim. É melhor ser insultado a perder os
meus costumes, porque por eles sou quem sou, então: brasileira, se um gringo
oferece o assento do ônibus, não fique brava.. Lembre que a cultura não é a
mesma que a sua.
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