Porto Alegre: Uma Crônica
É um domingo de tarde e você está deitado no chão, olhos fechados; o sol suave toca sua pele; o som de meninos jogando, rindo, chega a seus ouvidos; o cheiro de pipoca flutua no ar,gostoso e doce. Depois, um amigo passa para você uma cuia de chimarrão, você abre os olhos e está no parque Redenção: o foco do agito em Porto Alegre. Durante os meses quentes o parque Redenção, ou simplesmente ‘Redenção’ para eles que moram aqui, atrai pessoas de toda a cidade.
Fica bem localizado, perto do centro e entre o bairro chique Bom Fim e o bairro tri legal Cidade Baixa, então as pessoas podem chegar facilmente a pé o no transporte público e aproveitar os restaurantes e lojas da area. Porém, isso não é a razão principal por que as pessoas vão à Redenção. Os finais de semana também têm um mercardinho ao lado do parque. Os vendedores oferecem todo tipo de negócio: de coisas artesanais, feitas a mão, até uma revista do mês passado, que é uma ‘antiguidade’. Embora isso gere bastante atenção, também não é o que atrai as pessoas à Redenção.
Entrando no parque, pode ver sua beleza. Você entra pelo arco imenso e vê em frente um caminho central que atravessa o parque inteiro, o qual é interrompido só pela fonte bonita e um curso de água. Tem árvores grandes nos dois lados do caminho; ao lado direito tem um jardim japonês, muito delicado e simplesmente bonito. Do outro lado tem um pátio pelas crianças e uma lagoa com botes na forma de cisnes que podem ser alugados. Contudo, a beleza sozinha não leva os Porto Alegrenses à Redenção.
Um espaço aberto tão grande fica perfeito para practicar esportes, sejam fortes ou suaves. É muito popular com os praticantes de jogging, que você pode ver dando voltas no parque no sol ou na chuva. E não são somente os humanos que desfrutam do parque; os cachorros também aproveitam ele para fazer seus exercícios. De fato, em cada momento, tem tantos cachorros, grandes, pequenos, peludos, carecas, vestidos, que parece que ter cachorro é obrigatório para todos os habitantes de Porto Alegre. Mas, ainda, a oportunidade de exercitar-se você mesmo e/ou seu cachorro não é a atração principal da Redenção.
Acima de tudo, as pessoas vão à Redenção para passar seu tempo fazendo a atividade mais gaúcha de todas; beber o chimarrão. Ao olho estrangeiro é simplesmente uma xícara de madeira, cheia de erva e água quente, ou seja, um chá. Mas os Gaúchos falam que ‘não, não é assim. É algo especial, uma tradição que tem etiqueta e precisa de habilidade.’ Bom. A verdade é que uma pessoa precisa dos equipamentos específicos, do conhecimento e de muita prática para fazer um bom chimarrão. A erva, grossa ou fina, é uma escolha de preferência, mas o jeito de beber é algo de costume. Aquele que faz o primeiro, bebe o primeiro. A cuia passa de uma pessoa a outra pessoa a seu lado esquerdo. Nunca pode tocar a bomba. Ochimarrão é uma coisa de orgulho para todos os de Porto Alegre; é uma atividade social, mas séria ao mesmo tempo. Então, fica apropriado que os gaúchos vivam a tradição no centro da cidade; a Redenção.
Por Jenny Wattrus